quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Viver como os velhos tempos....


Decepção, frustração, tristeza. Tudo isso faz parte do tempo.

Desse tempo louco, que nos leva a fazer loucuras, e até mesmo besteira, e tudo pra podermos “poupar o nosso tempo”.

Acaba não sobrando tempo pra nada.

Percebi que, a cada dia que passa a convivência vai ficando mais difícil, mas aprendi também que as pessoas que convivemos são as que mais sentiremos saudades.

Aprendi que não são todas as amizades que serão possíveis de ser preservadas. Decepção, por ter confiado em pessoas que não deram a mínima pra mim. Frustração, por ter muitas vezes tentado manter amizades somente por minha conta, o que seria impossível. Uma amizade necessita de ambos os lados.

Mas aprendi também, que muitas vezes, não é a distância que separa a amizade. Demoro pra cair a ficha, de que, meu vizinho seria meu melhor amigo, e demoro pra eu acreditar que meu melhor amigo fosse pra tão longe, mas de repente, o sinto tão perto.

Pessoas se mudam, amigos se vão, coisas passam. É o tal do movimento reciclável. Reciclamos, e renovamos coisas boas, descartamos o que nos frustra, o que nos faz mal.

Aprendi a respeitar meus soberanos, pois sei que um dia vou precisar da voz deles, para tentar compreender algo. Mas aprendi também, que lutaremos pelo que é certo, pelo que é verdade.

Nada como ser criança. Como seria bom, voltar aos velhos tempos, onde ir a escola, era somente pra brincar, lanchar, e ter aula de massinhas. No mundo da alegria, onde não há temores, somente o escuro. Onde podíamos brincar com inocência. Onde ficar pelado era bonitinho. Nada como a sensação de ter conseguido andar de bicicleta pela primeira vez, e mesmo tomando um tombo, sentir o gosto de superação. Onde brigas eram apenas por dez minutos, nada que um carrinho e um abraço não resolvessem. No tempo em que ainda obedecíamos nossos pais, por temor e por amor. Onde chorávamos ao ver familiares brigarem, onde a defesa do próximo era a mais importante. Onde papai e mamãe, eram ídolos. Onde avos e avós se dedicavam respeito e carinho. Até mesmo quando caíamos, fingimos não sentir a dor pra não perder tempo na brincadeira. Onde o simples era o mais maravilhoso, só bastava um chinelo, uma camisa velha, um short rasgado e uma bola pra estar feliz.

Quanta coisa passou, muita coisa mudou. E nada é como antes. Tudo se modifica. Nossos temores hoje, são mais de mil, problemas, estudos, família, etc. Tudo muda, não choramos ao ver nossos pais brigarem. Não há sensibilização, pouco cuidado, e muita irresponsabilidade. Vivemos agora, de marcas. Somos embalagens, as pessoas não conseguem nos conhecer por fora, porque somos embalagens. Temos que estar num shopping, ou algo assim pra dizer que estamos felizes. Precisamos do dinheiro pra garantir diversão.

Aprendi a valorizar amizades, pois um dia elas se mudam. Dar mais do que receber. Se preocupar mais com os outros do que com você. Respeitar acima de tudo. Humildade, é o que nos leva ao amor de verdade. O que nos torna ser, de um mundo diferente, um mundo de gente. Precisamos voltar um pouco ao passado, relembrar os momentos em que quase não existia pecado. Nada como sermos crianças inocentes, e lembrar aqueles que nos tornaram gente. Olhar pra trás e ter a certeza, de que a infância foi vivida com beleza. A pura inocência nos fazia delirar, por histórias que havíamos acabado de inventar, e que poderia ser sinal de uma pura realidade, antigamente ou na atualidade.

Temos em quem confiar, podemos com eles lutar. Tendo a certeza de que vamos chegar, ao nosso infinito particular. Relembremos momentos do passado, pra que continuemos no presente, e conquistemos um futuro.

Viver pra quem nos cuida, morrer por quem nos ama, amar a quem devemos respeito. Amar a quem nos odeia. Não guardar sentimentos ruins, pois você poderá morrer com eles guardados em você. Tenha apenas nas mão, o livro, e a boca, pra que cante louvores, e aprenda mais, sobre aquele que construiu, nosso passado, vive no nosso presente, e preverá nosso futuro.

“Viver, e só de ti viver. Morrer ansioso por te ver. É a minha oração, é assim que eu queria ser.” (Stênio Marcius)